domingo, 29 de novembro de 2009

Linguagem surdo e mudo


O ensino da linguagem aos incapazes de falar por serem surdos ou mudos constituiu, através dos tempos, um sério problema social. Na Antigüidade eles foram tratados muitas vezes como dementes ou venerados como favoritos dos deuses, como ocorreu na Pérsia e no Egito, mas foi, sobretudo na época do Renascimento que surgiram verdadeiros apóstolos dedicados ao estudo dos meios que permitissem integrar os surdos-mudos na sociedade.

O matemático e médico italiano Jerônimo Cardan (1501-1576), primeiro homem a conceber a possibilidade prática de educar os portadores dessa deficiência, manifestou acertadas observações sobre as probabilidades de se efetivar a educação dos cegos e surdos-mudos.Depois dele outros professores também trouxeram uma contribuição decisiva à arte do ensino aos desprovidos da fala e da audição.

Até meados do século 18 as crianças portadoras dessas deficiências não eram alfabetizadas porque não existiam meios de comunicação entre elas e as outras pessoas. Até que em 1755 o abade francês Charles Michel L'Epée (1712-1789) elaborou um método onde através da mímica se tornava possível descrever letra por letra, e passou a ensinar o alfabeto aos alunos da escola que fundara, a primeira dedicada a surdos-mudos. Daí em diante o sistema de sinais veio sendo aperfeiçoado ao longo dos anos, chegando ao Brasil em 1856 graças ao conde francês Huet, que era surdo. Essa universalização se tornou possível porque os sinais, ao indicarem letras, permitiam que pessoas de nacionalidade diferentes se comunicassem entre si. Além disso, eles também representavam conceitos como fome ou sono, por exemplo, o que facilitava o entendimento entre os dependentes de gestos manuais para manifestar desejos e pensamentos.

Em 1966, a linguagem mímica foi aperfeiçoada pelo médico americano Orin Cornett, que associou o emprego de sinais à leitura labial. Atualmente, cada país tem a sua própria linguagem de sinais para surdos-mudos, todas derivadas do método francês original, com pequenas variações decorrentes da gramática local. Esse sistema é conhecido no Brasil como Libras, ou Língua Brasileira de sinais.































Gírias X Jargão



Gírias



O Brasil por ser um país rico em diversidade lingüística, temos em cada estado a presença de costumes diferentes, dialetos diferentes, e isso nos remete a fazer um levantamento de algumas gírias ditas freqüentemente por adolescentes em varias regiões, pelo de ser cada vez maior a presença dessas palavras no vocabulário dos nossos jovens e até mesmo por alguns adultos. Segue abaixo algumas gírias mais usadas nos diversos estados.



Abalar: Causar boa impressão.

Alemão: Pessoa de caráter duvidoso. Falso, duvidoso, velhaco.

Arroz: O cara que só anda acompanhado de várias mulheres mas não está namorando nenhuma.

Beca: Roupa

Bifão: O cara que só anda acompanhado de várias mulheres mas não está namorando nenhuma.

Boca de Veludo: Garota que dizem que faz sexo oral.

Bolado: Surpreso, espantado, perplexo.

Bombado: Lugar animado, agitado.

Bonde: Fileira. Grupo de amigos da mesma comunidade.

Bucha: Pessoa inconveniente, importuna, safado.

Buzum: Ônibus, condução. Ônibus grátis das galeras.

Cachorra: Vadia.

Caô: Mentira, Boato.

Caozeiro: Quem mente demais.

Cap (quép): Boné

Cata-Mocréia: Pessoa que vai em porta de escola seduzir as alunas na hora da saída.

Chapa Quente: Lugar que o clima é agitado.

Coiote: Gay enrustido.

Colar com: Andar junto com, se aproximar de.

Concurso de Galera: Baile que funk que realiza etapas de concursos diversos para unir as comunidades.

Conspirar: Ser falso com os amigos.

Corredor: Espaço que divide o Lado A do Lado B.

Cortar na mão: Tomar a namorada de alguém.

Cumpadi: Amigo, camarada, companheiro, cara.

Dar uns cortes: Transar com uma mulher.

Demorô: Isso aí, sim.

Falou (Falô): Tchau, até mais, "ah, tudo bem!".

Farofeiro: Quem mora distante da praia e a frequenta levando comidoria.

Pessoa que fala alto, é inconveniente e gosta de se mostrar.

Fazer a união: Juntar as comunidades.

Gogó: Pessoa que mente ou a própria mentira que ele conta.

Incorporar: encarnar o mau, o diabo.

Já É: É isso aí.

Mala: Pessoa chata.

Maneiro: Legal, sensacional, simpático.

Mascarado: Falso, que é contrário do que fala.

Mel: Bom. Ficar um mel: Ficar bom.

Mercenária: Mulher interesseira.

Mijar no meio do vaso: Ter intimidade dentro da casa de alguém.

Morô?: Entendeu?

Mulão: Grupo de muitas pessoas.

Mulher Chumbinho: Mulher com doença, com HIV (AIDS)

Muquirana: Que tem má intensão, malvado, traiçoeiro.

Não dá camisa: Caminho errado. "confusão não dá camisa a ninguém"

Nínguem merece: Chatear.

Olhões: Os funkeiros.

Osso da borboleta: Estar numa situação desfavorável.

Pancadão: Batida grave do miami bass.

Passar o cerol na mão: Ficar com alguma mulher.

Passar o rodo: Atacar.

Pegar pra criar: Fato de seduzir uma garota novinha com o intuito de possuí-la, mais tarde, quando estiver com corpo formado.

Pela Saco: Pessoa importuna, que chateia os outros.

Pisante: Tênis

Pixadão: Quem está de bobeira.

Poça D´Água: Baía de Guanabara.

Popozuda: Mulher com a bunda grande.

Porpurinada: Mulher bem tratada, cheirosa.

Potranca: Mulher boa de cama.

Preparadas: Mulher fácil e experiente.

Presepeiro: Pessoa que faz uma promessa e procede com safadeza. Não cumpre o que promete.

Puxar o bonde: Formar um grupo de galeras no baile.

Rapeize: Rapaziada.

Responsa: Confiável, Agradável, divertido.

Rolé: Passear, Andar sem compromisso.

Sangue Bom: Pessoa de qualidade, boa índole.

Shock Legal: Muito bom, Excelente.

Simpático: Pessoa falsa.

Style: Estar muito bem arrumado.

Tá dominado: estar sob controle ou invadido.

Tá ligado?: Entendeu?

Tchutchuca: Garota bonita.

Tecido: Estilo de se vestir, tipo de roupa.

Tigrão: Homem de aparência grotesca que consegue namorar mulheres bonitas.

Tomar bola: Sofrer prejuízo, dano. Sair lezado.

Uva: Bom. O baile tá uma uva: O baile tá bom.

Vai enganar Teteu: Expressão que significa "Eu não acredito nisso".

Vala: a própria morte. "se você der mole vai pra vala"

Veneno: bebida alcólica.

X9: Informante.











Jargão



Jargão é uma expressão ou palavra comum para um ou alguns grupos profissionais. Por exemplo, para os advogados peticionar significa o que os leigos conhecem por entrar com a ação ou pedir para o juiz. Pode dizer que são "gírias" usadas especifica e limitadamente por grupos de profissionais de um mesmo meio: professores, advogados, veterinários, médicos, etc.

Um jargão profissional é um jargão caracterizado pela utilização restrita a um círculo profissional, ou seja, um conjunto de termos específicos usados entre pessoas que compartilham a mesma profissão. O jargão profissional não deve ser confundido com a gíria nem com linguagem técnica, embora às vezes sejam usados ao mesmo tempo pelas mesmas pessoas.

São exemplos de jargões profissionais o juridiquês, o economês e o vício do gerundismo próprio dos profissionais de telemarketing e vendas.

Economês

O economês é um jargão profissional caracterizado pelo uso excessivo e desnecessário (ou descontextualizado) de termos técnicos de Economia. O "economês" é praticado não apenas por economistas, gestores, consultores, analistas de mercado financeiro e outros profissionais da área econômica, mas também por jornalistas que os entrevistam e reproduzem tais termos nas matérias que escrevem. Por atrapalhar a fluência do texto e dificultar a compreensão do leitor, o "economês" é considerado um dos piores problemas no jornalismo econômico.

Para leigos, o uso constante do economês beira o vício de linguagem.

Alguns exemplos de economês:

Ação

Ação é um título mobiliário que corresponde ao direito de uma fração de uma empresa, representando uma parte do capital social dela. Quem possui ações detém uma parte da empresa, e por isso recebe parte proporcional dos lucros. As ações podem ou não ser negociadas em Bolsas de Valores, trata-se de um título negociável, que representa a menor parcela em que se divide o capital de uma sociedade anônima.

Ação ao portador

Ação ao portador é aquela que não apresenta o nome do proprietário, que pertence a quem detém seu poder. Desde 1990 o Brasil não tem mais ações ao portador, como forma de coibir o uso destes papéis na lavagem de dinheiro e na evasão fiscal.

Ação cheia (com)

Ação cujos direitos (dividendos, bonificação, subscrição e outros) ainda não foram exercidos.

Ação de primeira ou segunda linhas

As de primeira linha são ações das empresas mais tradicionais, de grande porte, e que têm maior liquidez - facilidade de negociação. Correspondem às blue chips, do termo em inglês. As de segunda linha são ações com menor liquidez, embora também possam incluir empresas sólidas.

Ação com valor nominal

Ação que tem um valor impresso, estabelecido pelo estatuto da companhia que a emitiu.




terça-feira, 24 de novembro de 2009

Língua Padrão e Coloquial

      Os falantes são levados a aceitar como “correto” o modo de falar do segmento social que, em conseqüência de sua privilegiada situação econômica e cultural, tem maior prestigio dentro da sociedade. Assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padrão, enquanto as demais variedades lingüísticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam a ser consideradas “erradas”.


      Uma das funções da escola é, através do ensino de língua portuguesa, oferecer a você condições de dominar a norma-padrão, a fim de que, nas circunstâncias sociais convenientes, seja falando, seja escrevendo, você possa utilizá-la adequadamente.

     Língua coloquial, por outro lado, é uma variante espontânea, utilizada, mas relações informais entre dois ou mais falantes. É a língua do cotidiano, sem muita preocupação com as normas. O Falante, ao utilizá-la, comete deslizes gramaticais com freqüência considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso de constantes de expressões populares, frases feitas, gírias etc. Fazendo uma comparação entre a língua culta e a língua coloquial, é possível constatar que, em certos aspectos, as diferenças entre as duas são bastante evidentes, mas, em outros, os limites não são tão claros, ficando difícil, nesses casos, definir uma “fronteira” entre o que é culto e oi que é coloquial.

       Segue exemplos abaixo para esclarecermos melhor esta diferença entre o uso da língua coloquial e a língua padrão, respectivamente:
  • Pronuncia mais descuidada de certas palavras e expressões: nóis, oceis, tá bão, num vô, num quê .
  • Maior cuidado com a pronúncia: nóis, vocês, está bom, não vou, não quer.

  • Não utilização das marcas de concordância Ex: Os meninos vai/vão bem.
  • Uso regular da forma nós.

  • Uso constante de a gente no lugar de nós.
  • Raro uso dessas expressões.

  • Mistura de pessoas gramaticais. Ex: Você sabe que te enganam.
  • Uniformidade no uso das pessoas gramaticais.Ex: Você sabe que o enganam. Tu sabes que te enganam.

  • Uso “livre” da flexão dos verbos. Ex: Se ele fazer; enganam.
  • Utilização da flexão verbal conforme as normas gramaticais. Ex: Se ele fizer, se ele puser.

  • Uso de gírias.
  • Não utilização de gírias.





sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Linguagem Verbal e Não-Verbal
Existem várias formas de comunicação. Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita, expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas.


- ela está presente em textos em propagandas;


- em reportagens (jornais, revistas, etc.);


- em obras literárias e científicas;


- na comunicação entre as pessoas;


- em discursos (Presidente da República, representantes de classe, candidatos a cargos públicos, etc.);


- e em várias outras situações.

Linguagem Não-Verbal

        Uma placa que há um desenho de um cigarro dentro de um círculo vermelho com um traço na diagonal, este sinal demonstra que é proibido fumar em um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza do código “língua portuguesa” para transmitir que é proibido fumar.

        Um semáforo que dá enfase na cor amarela, percebemos que nos transmite a idéia de atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.


        Com as imagem descrita acima percebemos que não há nenhuma palavra escrita, mas as imagens por si só já dizem muito. O tipo de linguagem, cujo código não é a palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as cores).




sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Adequação da linguagem em um determinado contexto

Nosso tema se refere aos tipos de linguagens gerais, que se diferem de acordo com a situação do contexto referido. Inicialmente, descreveremos a linguagem verbal e não-verbal,e posteriormente a linguagem culta, coloquial, jargão, regional, dentre outras.